Quem não gosta de viajar? Destinos exóticos, praias tropicais, beber uma Margarita ao som de música Reggae, quando o sol derrete sobre o oceano… Há poucas coisas tão recompensadoras quanto escapar à rotina diária.

Mas ir de um lugar para outro pode ser uma tarefa hercúlea. Se alguma vez houve uma área propícia para a rutura de Blockchain, é a indústria fragmentada e cara do turismo.

Este artigo foi escrito por Christina Comben e publicado originalmente em Coincentral.com.

Apesar de o Blockchain não nos permitir teletransportar, pode, ainda assim, tornar a viagem do ponto A para o ponto B mais suportável. Aqui estão as cinco principais formas pelas quais Blockchain vai (e já está a começar a) ser disruptivo para o setor do turismo:

1. Acabar com os passaportes e os bilhetes

Blockchain pode proteger as nossas identidades online. Isto significa que poderíamos passar pela alfândega em fronteiras internacionais simplesmente utilizando a biometria, como uma impressão digital ou uma análise à retina.

Chega de vasculhar a mochila para ir buscar o passaporte ou esperar que um funcionário da alfândega consiga encontrar o carimbo de saída. Na verdade, não precisariam de fazer perguntas sobre a sua visita, uma vez que ela seria exibida na sua identidade online. Diga adeus aos controladores de fronteira para sempre!

 

2. Permitir férias à medida

O Blockchain está a mostrar-se útil para fornecer serviços de férias para nichos feitos à medida, especialmente quando combinado com Big Data e Inteligência Artificial (IA). Claro que já é possível filtrar as suas necessidades online em motores de busca como o Expedia ou o Booking. Mas, de alguma forma, ainda acaba num hotel que fica aquém das suas expectativas ou com um carro alugado que não corresponde às suas necessidades.

Empresas como a Siesta Cloud e a Chozun estão a trabalhar para reduzir as férias à menor complexidade possível. Não haverá mais a necessidade de ter que procurar os comentários e as pilhas de informações para selecionar as coisas que deseja ver. Fornecerão recomendações com base no seu comportamento anterior, hobbies e opiniões de viajantes que pensam como você.

 

3. Viajar a um custo menor

Se se lembra dos dias a folhear um catálogo e a escolher um hotel, sabe até onde chegou o setor do turismo. A Internet disrompeu este setor bem para além do que se esperava, eliminando praticamente todos os agentes de viagens físicos em todo o mundo, permitindo que reservássemos os nossos próprios voos e hotéis em apenas alguns minutos online.

Mas o que parecia tão grande no começo lentamente se tornou restritivo. As principais agências de viagens online construíram monopólios nos quais pequenos hotéis e companhias aéreas ficam a perder e o cliente final também acaba por pagar mais. Essa centralização no setor leva a uma menor capacidade de escolha e a preços mais altos por toda a parte.

A tecnologia Blockchain, com a sua capacidade real de peer-to-peer, pode eliminar intermediários centralizados, como o Airbnb ou o Uber, levando os seus pesados ​​cortes. Como o Blockchain pode verificar a identidade do cliente, não precisamos de nos preocupar em alugar a casa de um criminoso ou não sermos pagos por uma reserva.

Contratos inteligentes (smart contracts) podem garantir que o contrato seja cumprido por ambas as partes e transferir todo o valor da transação para o vendedor: sem cadeias de intermediários, apenas com uma transferência simples e segura de fundos entre comprador e vendedor. E sem custos adicionais em cima desse valor.

 

4. Melhorar o rastreamento de bagagem

Já muito se tem falado sobre Blockchain e a cadeia de valor, demonstrando a sua utilidade para rastrear itens enquanto eles se movem pelo mundo. Bem, o mesmo pode ser feito pelas bagagens. A perda de bagagens custa milhares de milhões de dólares ao setor da aviação a cada ano - 2,1 mil milhões de dólares em 2016, para sermos precisos.

Além de acumular despesas desnecessárias para as companhias aéreas, não há nada mais frustrante do que aparecer num destino sem a sua mala. Em muitas ocasiões, não há ninguém para reclamar ou tem que esperar horas para registar uma reclamação.

A capacidade do Blockchain de aumentar a eficiência na cadeia de valor e de rastrear itens até à sua localização exata removerá essa dor de cabeça para todas as partes: o viajante, a companhia aérea e o agente, que está em terra a ouvir as críticas de clientes furiosos.

 

5. Permitir que utiliza pontos de fidelidade

Há muitas empresas a surgir que estão a assumir programas de fidelidade falhados e que também podem ser uma ajuda extra no setor do turismo. Ao invés de ter pontos de recompensa que não pode usar porque a sua rede de hotéis não opera num determinado lugar, pode trocá-los através de aplicações de Blockchain.

Pode até usá-los para tirar o melhor proveito de uma experiência local. Imagine acumular pontos com o seu restaurante favorito em casa e depois trocá-los por um local na Índia, no Japão ou em qualquer outro lugar onde esteja. Os pontos de fidelidade nunca são desperdiçados e pode comer de graça em todo o mundo.

 

Blockchain tem grande potencial para o setor do turismo

Um dos maiores problemas do setor é o facto de os dados serem mantidos em silos. A falta de comunicação entre as partes em geral é a razão para a perda de bagagens, atrasos, overbookings, várias etapas para a compra de um bilhete e outras ineficiências do setor do turismo.

A tecnologia Blockchain pode otimizar os processos, resultando numa experiência mais rápida, mais segura e mais agradável para todos. Tudo isto sem os olhares contundentes de autoridades aeroportuárias hostis, ou mensagens de erro no ato de pagamento.